i3a

A análise de assinaturas em obras de arte, mais especificamente em pinturas de cavalete, busca verificar aspectos da morfologia da escrita, pois características de pressão são normalmente inconsistentes devido a utilização de pincéis na confecção das assinaturas. Assim, faz-se de extrema importância, a criação e utilização de bancos de dados de assinaturas de artistas em suportes artísticos, tendo em vista a grande diversidade e eventual simplicidade das assinaturas em obras de arte. Abaixo são apresentados alguns aspectos que devem ser observados na confecção de relatórios técnicos.

A – GRAUS DE SEGURANÇA EM ASSINATURAS (OBRIGATÓRAS)

1. Traçado extenso
2. Método de construção complexo
3. Estruturas com traços curvos e longos
4. Momentos gráficos longos
5. Traçado altamente dinâmico
6. Pequena variabilidade natural em suas características

B – ARMADILHAS PARA FALSIFICADOR

1. Levantamento de canetas discretos
2. Traços produzidos em sentido pouco usual e/ou pouco intuitivo
3. Ritmo gráfico sem interrupção durante levantamento de caneta
4. Presença de ataques progressivos e momento gráficos aéreos
5. Sequências rígidas e incomuns na produção de estruturas complementares (acentos, pingos, cortes, cedilha)

C – ASPECTOS PARA CONCLUSÃO GRAFOSCÓPICA

1. Identificação; exclusão; inconclusividade
2. Escalas de probabilidade
3. Abordagem bayesiana
4. Identificação; não identificação; exclusão

O grau de convicção é do perito quanto a autenticidade ou falsidade. Não da própria assinatura.

SIM –

1. Certeza total – 100%
2. Certeza moral - > 99%

• Possibilidade razoável – 51% a 98%

1. Incerteza total – 50%

NÃO –

1. Possibilidade razoável – 2% a 49%
2. Certeza moral - < 1%

• Certeza total – 0%

APLICAÇÃO DO TEOREMA DE BAYES – Hipóteses opostas excludentes – H1 - autenticidade e H2 - falsidade de uma assinatura:

1. Proporção de evidências observadas seriam esperadas em H1
2. Proporção de evidências observadas seriam esperadas em H2

• Quais evidências de cada hipótese seriam mais provavelmente observadas

POSSIBILIDADE ALTERNATIVA DE CONCLUSÃO:  não identificação da autoria na escala:

• Máxima, 2) Alta, 3) Apenas razoável; 4) Nula

METODOLOGIA PROPOSTA PARA PERÍCIAS DE ASSINATURAS:

1. Etapas: análise, comparação e avaliação (Huber e Headrick, 1999)
2. Elementos individualizadores: constância, raridade e imperceptibilidade de cada elemento

• Critérios relacionados com o traçado (fluência, complexidade)

1. Análise macro de padrões objetiva verificar se atendem a critérios de uso: autenticidade, adequabilidade, espontaneidade, contemporaneidade e quantidade.

Hipóteses possíveis:

H1 – assinatura autêntica normal

H2 – assinatura autêntica anormal

H3 – assinatura falsa imitada

H4 – assinatura falsa não imitada

DEFINIÇÃO DE CRITÉRIO PARA AVALIAÇÃO DE ASSINATURAS A SER UTILIZADA

Escala de 0 a 5 –

0 – Certeza de falsidade – somente aplicável com a certeza de autoria de falsário;

5 – Certeza de veracidade – somente aplicável com total conhecimento de autoria do artista.

 Números intermediários definidos pelo tipo de itens estatísticos encontrados em assinatura específica caracterizadas pelos itens A e B do texto acima.  Também podem ser utilizados os sufixos + e – para escala intermediária entre os valores da escala digital dos números inteiros, caso aplicável.

Padrão sugerido para localização de assinaturas em pinturas

Legenda:

Referências bibliográficas:

FEUERHARMEL, Samuel. Análise grafoscópica de assinaturas. Campinas, SP: Millenium Editora, 2017

SERAPHIM, Miriam Nogueira. A catalogação das pinturas a óleo de Eliseu d’Angelo Visconti: o estado da questão. Campinas, SP: [s.n.], 2010. 2 v.